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A partir de discussões sobre cooperativas, capitalismo e cooperativismo de plataforma, o artigo analisa os textos de apresentação de iniciativas da área de comunicação presentes no site Platform.Coop, referência mundial no cooperativismo de plataforma, com o objetivo de compreender que valores e visões de mundo fomentam, com seus alcances e limites, mostrando pistas de como entendem o trabalho cooperativo e o próprio trabalho na área da comunicação. A pesquisa, então, aponta as contradições nos enunciados das iniciativas do cooperativismo de plataforma, envolvendo ajustamentos às prescrições do modo de produção capitalista. As cooperativas possuem um caráter contraditório desde as suas primeiras iniciativas, devido aos seus modos de inserção no sistema capitalista. As contradições se acentuam no estágio atual do capitalismo, com projetos distintos como os de cooperativismo de plataforma e a cooperativa como um projeto radical, ambos com existência em projetos midiáticos e digitais. A investigação mostrou que os lugares de enunciação do cooperativismo de plataforma na área de comunicação estão marcados por uma gramática da startup, em que as tecnologias são colocadas como “salvadoras” de um modelo, e são invisibilizadas expressões ligadas à transformação política, salvo “democracia”. Abordam que há democracia no mundo do trabalho, mas não dão detalhes sobre o trabalho associativo e não se menciona redistribuição de mais-valia. Assim, o texto indaga em que medida que o cooperativismo de plataforma estaria mais próximo discursivamente ao capitalismo de plataforma do que se pode imaginar.